quarta-feira, 31 de julho de 2013

Bactéria Sobrevive 553 Dias no Espaço


Cientistas britânicos revelaram que bactérias que foram deixadas durante 553 dias em pleno espaço, sujeitas a condições hostis à vida, conseguiram sobreviver. No experimento, as bactérias foram colocadas no exterior da Estação Espacial Internacional (na sigla em inglês, ISS), onde ficaram expostas a raios cósmicos, forte radiação ultravioleta e mudanças significativas de temperatura. 

Pedaço de rocha retirado de penhasco de Beer, na 
Inglaterra, que foi usado no experimento

Além disso, toda a água presente na pedra desapareceu no vácuo espacial. A experiência é parte de uma missão para encontrar micróbios   que poderiam ser úteis a futuros astronautas em viagens de exploração espacial. 

Agora, cientistas da Open University, responsáveis pela pesquisa, estão investigando como as bactérias conseguiram sobreviver às provações.

Parede celular 

Já se sabe que esporos de bactérias são capazes de sobreviver vários anos em órbita, mas este é o maior período de sobrevivência registrado por cianobactérias (microorganismos que fazem fotossíntese) no espaço. 

Os micróbios foram retirados de penhascos na cidade de Beer, na costa sul da Inglaterra. Quando expostos ao espaço, eles ainda estavam em pequenos pedaços de rocha extraídos do penhasco. Elas possuem uma parede celular espessa e esta pode ser uma razão de sobreviverem tanto tempo no espaço. 

Quando a equipe da Open University enviou as rochas para o espaço, tudo o que sabia é que o material continha comunidades de bactérias diferentes. Os cientistas não sabiam quais delas, se é que alguma, voltariam à Terra com vida. 

"Tudo morreu naquelas rochas, menos aquele tipo particular de micróbio", disse o professor Charles Cockell, que participa do Estudo, à BBC. "Acreditamos que este micróbio pode ser usado em sistemas de suporte vital, para manter pessoas na Lua ou em Marte, onde não há oxigênio", afirmou. 

Segundo a pesquisadora Karen Olsson-Francis, também da Open University, "também existe um conceito de que se nós tivéssemos de desenvolver bases na Lua ou em Marte, poderíamos usar bactérias para biomineração, ou seja, para extrair minerais importantes das rochas"

A pesquisa alimentou uma teoria popular, segundo a qual microorganismos podem, de alguma forma, ser transportados de um planeta a outro viajando em rochas - meteoritos - para semear vida onde ela não existe.

Fonte: Último segundo\Ciência

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Experimento: Ubiquidade de microorganismos - Presença de microorganismos nos diversos ambientes.

Navegando por sites de ciências encontrei um experimento bem interessante e simples de fazer, que pode ser utilizado para pesquisar a presença de microorganismos nos diversos ambientes. 

O experimento foi postado por Raquel Silva no site http://www.pontociencia.org.br. O material para o experimento pode ser encontrado em supermercados e farmácias, custa entre 10 e 25 reais, nível intermediário de dificuldade e requer cuidados básico de segurança. Vamos lá!

Introdução

Os microorganismos (fungos, bactérias e vírus) são chamados assim por terem um tamanho bastante reduzido. Eles são tão pequenos que não conseguimos enxergá-los a olho nu, mas apenas utilizando microscópio óptico ou eletrônico. No entanto, colônias ou aglomerados de microorganismos podem ser visualizados sem o auxílio de microscópios ou lupas. A seguir  apresentamos passo a passo um experimento que pode ser utilizado para pesquisar a presença de microorganismos nos diversos ambientes.

Colonia de Fungos


Materiais necessários

- Placas de Petri esterilizadas
- Liquidificador
Fita indicadora de pH ou solução de azul de bromotimol
- Peneira
- Colher, espátulas
- 1 frasco de vidro grande (volume de cerca de 250 ml)
Um frasco de vidro médio (volume de cerca de 50 ml)
- 4 Frascos de vidro médio (volume de cerca de 50ml)
3 Conta gotas (descartáveis podem ser comprados em farmácias)
- Algodão hidrofóbico
Papel craft
- Fita crepe
30 ml de água filtrada
2% (4 gramas) de agar comercial
Duas cenouras médias
Nota de dinheiro
Panela de pressão ou autoclave para esterilizar os materiais
Alça de vidro, ou algum material para espalhar líquido no meio que possa ser passado no fogo


Alça de Vidro

 Fita indicadora de pH


Passo 1

Preparação do meio de cultura agar-cenoura
Cozinhe duas cenouras e bata no liquidificador com 100 ml de água. Passe a mistura na peneira para separar a parte líquida.





Passo 2

Filtre a mistura com um papel de filtro ou uma gaze dobrada. Adicione 4 gramas de Agar comercial e misture.



Passo 3

Complete o volume para 200 ml e meça o pH (você pode usar uma fita indicadora ou uma solução de azul de bromotimol). Ele deve estar em torno de 7,0. Caso não esteja, ajuste o pH utilizando gotas de limão (solução ácida) ou solução de bicarbonato de sódio (solução básica). Tampe o frasco com uma rolha de algodão hidrofóbico e coloque um pedaço de papel craft por cima.




Passo 4

Preparo do material
A partir desse passo os materiais (placas de Petri e meio de cultura, frascos de vidro, espátulas, conta gotas) devem estar livres de microorganismos, ou seja, estéreis.
Embrulhe as placas de Petri, as espátulas, palitos de picolé, conta gotas, frascos de vidro com papel craft. Autoclave também um dos frascos com aproximadamente 30 ml de água e tampe-o com papel craft.
Autoclave todo o material e o meio de cultura durante 15 minutos (para aprender a autoclavar consulte o experimento Esterilizando com uma panela de pressão).
IMPORTANTE: Ao utilizar uma autoclave pela primeira vez, peça a alguém que já tenha experiência com este aparelho para te acompanhar. 




Passo 5

Coleta dos materiais a serem testados
Nesse experimento pesquisamos a presença de microorganimos em amostras de terra, de água de lago, de água de torneiram, em dinheiro e no ar.
Dissolvemos a terra (aproximadamente uma colher de chá) na água autoclavada.


Passo 6

Coletamos as duas amostras de água diretamente nos frascos autoclavados.



Passo 7


Escolha os ambientes e materiais a serem testados, colete as amostras e mãos a obra! Limpe e prepare o local onde será feito o procedimento. Identifique as placas com as respectivas amostras e adicione ainda uma. placa fechada, como controle. 


Mantenha uma chama acesa (pode ser uma lamparina, ou bico de bunsen) para evitar contaminação do meio de cultura com fungos e bactérias do ar. Distribua o meio de cultura nas placas de Petri. Se o meio de cultura estiver sólido utilize banho maria ou micro ondas para fluidificá-lo. 

Coloque aproximadamente 20 ml de meio de cultura dentro de cada placa de Petri. 

Deixe as placas próximas do fogo até que o meio se solidifique.




Passo 8

Com o conta gotas coloque em cada placa duas ou três gotas das amostras líquidas a serem testadas. Flambe a alça de vidro no fogo e a esfrie, encostando-a no canto da placa. Utilize a alça para espalhar o líquido sobre o meio, e feche imediatamente a placa.

 Flambar a alça de vidro

Espalhar com alça

Passo 9 


Se você for pesquisar a presença de microorganismos em algum objeto, passe-o com cuidado sobre o meio de cultura, como fizemos neste experimento com o dinheiro. Cuidado para que seus dedos não encostem no meio de cultura.


Para pesquisar a presença de microorganismos no ar ambiente, basta deixar a placa aberta durante aproximadamente 5 minutos. 
A placa identificada como controle não receberá qualquer amostra e nem mesmo deverá ser aberta.

Passo 10


Todas as placas devidamente identificadas devem ser deixadas viradas para baixo a temperatura ambiente.

Passo 11

Resultados
Observação com 24 horas
Placa água de torneira

Placa água de lago

Placa terra

Placa dinheiro

Placa ar

Placa controle

Passo 12

Observação com 48 horas
Placa água torneira 48 horas

Placa água lago 48 horas

Placa terra 48 horas

Placa dinheiro 48 horas

Placa ar 48 horas

Placa controle 48 horas


Passo 13

Observe a diferença entre colônias cremosas e filamentosas
As colônias de aspecto cremoso  e brilhante são colônias de bactérias. Já as colônias filamentosas apresentam aspecto aveludado e são colônias de fungos. Elas são constituídas fundamentalmente por elementos multicelulares denominados hifas.
Colônia cremosa

Colônias filamentosas

Passo 14

Observações com 5 dias
Placa água torneira 5 dias

Placa água lago 5 dias

Placa água terra 5 dias

Placa água terra 5 dias

Placa dinheiro 5 dias

Placa dinheiro 5 dias

Placa ar 5 dias

Colônias cremosas (bacterianas) e filamentosas (fúngicas)



Passo 15

O que acontece

Os microorganismos estão presentes na água (mares, rios, lagos e água subterrânea) no solo, no ar, nos animais (pele, mucosas, tubo digestório), nas plantas, em ambientes extremantes ácidos ou pobres em nutrientes tais como água destilada e também em alguns alimentos que consumimos. Em todos esses ambientes os microorganismos têm papel fundamental para manutenção do equilíbrio biológico. Felizmente, a maioria dos microorganismos não faz mal ao homem, porém existem aqueles que são considerados potencialmente patogênicos que podem causar danos aos hospedeiros.


A ubiqüidade dos microorganismos, ou seja, a capacidade de habitar uma gama enorme de ambientes se deve basicamente a três fatores: o tamanho reduzido, que possibilita a dispersão; a variação e flexibilização metabólica existente no grupo que permite se adaptar rapidamente às condições ambientais; e a sua grande capacidade de transferência horizontal de genes. Transferência gênica horizontal é uma maneira que os microrganismos têm de trocar material gênico. A transferência vertical é a que acontece entre o indivíduo e sua prole (seus “filhos”). Já na transferência horizontal o organismo recebe um fragmento de DNA ou RNA de outro organismo que não é seu antecedente. Esse processo é importante, pois a aquisição de material gênico aumenta as chances de adaptação do microorganismo a diferentes condições ambientais. Por exemplo, no fragmento de DNA recebido podem existir genes que conferem resistência a algum antibiótico ou a altas temperaturas.
Por todos esses motivos é possível observar crescimento de colônias bacterianas e fúngicas em placas inoculadas com amostras de diferentes ambientes.



Passo 16

Para saber mais

Um pouco de história...
Em 1674 o holandês Antony van Leeuwenhoek (1632 - 1723) criou o primeiro protótipo de microscópio. Foi ele quem observou pela primeira vez organismos móveis, não vistos a olho nu, em gotas de água, fezes, material removido dos dentes – os micróbios!. 
Em 1857 o químico francês Louis Pasteur (1822 -1895) mostrou que a presença de organismos microscópicos do ar atmosférico era a fonte da ‘contaminação’ dos meios de cultivo em contato com o ar. Os frascos que não estavam expostos ao ar permaneciam estéreis enquanto que os expostos, após algum tempo, entravam em putrefação. Ele também desenvolveu o processo de pasteurização (aquecimento e resfriamento) para a eliminação de microorganismos.
Ao contrário de muitos cientistas do século XIX, o médico alemão Robert Koch (1843 - 1910), acreditava que algumas doenças pudessem ser causadas por microorganismos. Depois de vários estudos, Koch descobriu que o agente causador do carbúnculo (doença que estava dizimando o gado na Europa), era uma bactéria em forma de bastão. Em 1882, ele descobriu o bacilo da tuberculose, denominado de bacilo de Koch.
Finalmente, em 1928, é descoberto o primeiro antibiótico, a penicilina, pelo escocês Alexander Fleming (1881 - 1955). Ele observou que em algumas placas contaminadas com bolor (fungo) as bactérias não cresciam. É que o fungo ali presente (Penicillium notatum) produzia a penicilina, substância capaz de inibir crescimento de outros microorganismos. 
Desde então muitas descobertas foram feitas sobre os microorganismos. Hoje em dia nós sabemos que eles são importantes em vários campos da biotecnologia, incluindo a produção de alimentos, o uso de transgênicos na agricultura, e até no controle agroecológico de pragas e doenças.


Referências Bibliográficas

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Comerciais e Anúncios antigos: Medicamentos e produtos da área farmacêutica

Com o aparecimento do movimento eugênico no Brasil(Para saber mais sobre o movimento eugênico no Brasil clique aqui), o interesse pela "robustez do corpo" tornou-se uma verdadeira febre, culminando no surgimento de inúmeros remédios contra os "males de Jeca", os chamados "fortificantes", que floresceu sobremaneira nos periódicos, como se pode observar nos exemplos a seguir:

ELIXIR DE INHAME - ANÚNCIO 1923


DYNAMOGENOL - ANÚNCIO DE 1919

IFOSCAL - ANÚNCIO DE 1937


VITAMONAL - ANÚNCIO DE 1925

QUINIUM LABARRAQUE - ANÚNCIO DE 1926

Anúncios do famoso comprimido Cafiaspirina, remédio produzido pela gigante do ramo farmacêutico: a indústria Bayer, todos da década de 1920. O remédio era indicado para todos os tipos de dores, dentre as quais: dor de cabeça, enxaqueca,  dor ouvido, dor de dente, dor de ouvido, dor reumática, e, detalhes: “não afeta o coração nem os rins”.

"CAFIASPIRINA" - Anúncio de 1927




"CAFIASPIRINA" - Anúncio de 1926


Agora a parte que pessoalmente achei mais interessante: O comercial "de época" transparece história. Podemos nos colocar na época de cada produto anunciado e entender um pouco dos gostos e exigências de mercado do momento. Divirtam-se com essas vinhetas muito interessantes. 

Comercial - Sabonete LUX com Regina Duarte



Comercial - Aspirina 



Comercial - Cotonetes Johnson & Johnson



Comercial - Biotônico Fontoura





Fonte:
Revista "O Malho" (anuncio: 1), edição de 1923, disponível digitalmente no site da Biblioteca Nacional Digital do Brasil

Revista "A Cigarra", (anúncios: 2-5), edições de 1919, 1925, 1926 e 1937, disponível digitalmente no site do  Arquivo Público do Estado de São Paulo
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