Trabalho desenvolvido na matéria de Farmacologia Clínica, voltado para o modo que tratamos as pessoas que vão às farmácias, laboratórios e outros pontos de saúde onde o Farmacêutico está presente e a atenção farmacêutica é o diferencial.
Imagem: http://www.racine.com.br
OBJETIVO
Diferenciar
paciente e cliente sobre o âmbito da atenção farmacêutica.
Considerar a
atuação do farmacêutico e os limites que há na relação com a pessoa que procura
um serviço.
DESENVOLVIMENTO
Partindo do significado do dicionário para abordar o termo
Paciente X Cliente relacionado com a Assistência Farmacêutica,
Paciente: “adj. Que tem paciência. / Filosofia. Que recebe a impressão de um agente físico. / &151; s.m. e s.f. Pessoa que sofreu uma operação cirúrgica, e, p. ext., pessoa que está doente (em relação ao médico).” FERREIRA, Aurélio
Cliente: “s.m. e f. Em Roma, plebeu que se colocava sob o patrocínio de um patrício. / Pessoa que compra de um comerciante, que recorre a um homem de negócios, a um banco, a um advogado, a um médico etc.” FERREIRA, Aurélio
A palavra Cliente, traduz
na força da comunicação o significado de negócio, com troca de mercadoria entre
os envolvidos. A função mercadológica dos negócios é gerar lucros e satisfação
para os dois lados que negociam. No sentido da saúde, é importante que o
profissional que se dedica a esta área, não veja o paciente quando o procura,
como um número para o seu negócio.A ligação do profissional com o seu paciente
é diferente. O paciente busca alguém para ouvi-lo sobre o que o incomoda.
Quando se trata de saúde, é necessário aprenderem juntos sobre a paciência,
pois é ela que traz o eco naquele que sofre e, o profissional tem esta
responsabilidade, de ensinar a paciência àquele que sofre, a fim de ouvir
selecionando o sinal da dor, e assim encontrar o seu alívio, de maneira
constante, coerente e moderada.A paciência é a aliada número um da saúde
emocional.
O PAPEL DO PROFISSIONAL
FARMACÊUTICO E O FOCO DA ATENÇÃO FARMACÊUTICA
O
processo de cuidado ao paciente envolve um encontro pessoal entre o
profissional qualificado e um paciente.
Uma avaliação inicial é realizada durante o primeiro encontro. Ela é conduzida
de forma a identificar todas as
necessidades farmacoterapêuticas e qualquer PRM- Problemas Relacionados a
Medicamentos. Avaliando as informações, um
plano de cuidado é elaborado. Este inclui objetivos terapêuticos bem
definidos para cada problema de saúde que o paciente apresenta e determina
quais intervenções serão recomendadas para resolver os PRM e atingir os
objetivos terapêuticos. O paciente deve ser consultado na elaboração do plano
e, como parte essencial para obtenção de bons resultados, deve ser devidamente
esclarecido sobre seus aspectos principais. Nessa etapa, deve-se assegurar que
o paciente tenha todas as informações e conhecimentos necessários para seguir o
plano de cuidado estabelecido. Na avaliação de resultados a última etapa, o
profissional e o paciente avaliam se os objetivos terapêuticos foram atingidos,
determinando a situação ou melhora da condição do paciente, e registram-se os
novos dados experimentados pelo paciente. A partir desse momento, um novo plano
de cuidado é desenvolvido e o processo se repete ciclicamente (CIPOLLE et al.,
2004).
A Atenção Farmacêutica possibilita
ao paciente participar de decisões terapêuticas, saber mais sobre sua doença,
obter maiores informações e, consequentemente, cumprir melhor seu tratamento e
obter melhores resultados (ZELMER, 2001; PAULOS, 2002).
Quando acompanhados em um serviço
de Atenção Farmacêutica, os pacientes são capazes de atingir os objetivos
terapêuticos em mais de 90% das vezes, o que significa um aumento de 72% quando
comparados ao não oferecimento do serviço (STRAND, 2005).
Hepler (2000), refletindo sobre o
desenvolvimento da Atenção Farmacêutica, ressalta que essa atividade é um
processo, sendo possível aprender fazendo. Essa citação do conceituado
pesquisador americano, serve como incentivo para que novos serviços de farmácia
clínica e de Atenção Farmacêutica sejam implantados em nosso país, propiciando
o aprimoramento de mão-de-obra e o avanço nos conhecimentos nacionais sobre
tais atividades.
Segundo os autores Pereira e
Freitas (2007), para que haja a implementação efetiva da Atenção Farmacêutica
no setor público, os gestores devem ser conscientizados que esta atividade
reduz custos para o sistema sanitário e melhora a qualidade de vida dos
pacientes. No setor privado, a implementação da Atenção Farmacêutica será
possível quando os empresários se derem conta que a Atenção Farmacêutica pode
representar o diferencial de seu negócio, contribuindo para a fidelização de
seus clientes por meio da prestação de serviço especializado.
A utilização de medicamentos é um
processo complexo com múltiplos determinantes e envolve diferentes atores. As
diretrizes farmacoterápicas adequadas para a condição clínica do indivíduo são elementos
essenciais para a determinação do emprego dos medicamentos. Entretanto, é
importante ressaltar que a prescrição e o uso de medicamentos são influenciados
por fatores de natureza cultural, social, econômico e política (FAUS, 2000;
PERINI et. al., 1999).
A prática de Atenção Farmacêutica
tem grande impacto positivo para os pacientes ao reduzir erros na utilização de
medicamentos, PRM, admissão hospitalar e custo de tratamento, promovendo uma
melhor qualidade de vida, sendo assim, a Atenuar agrega ao farmacêutico a
responsabilidade por assegurar que a terapia farmacológica indicada ao paciente
está indicada de forma adequada, é a mais efetiva disponível, a mais segura e
pode ser administrada na posologia prescrita. O farmacêutico deve também se
responsabilizar por identificar, resolver e prevenir qualquer problema
relacionado com a farmacoterapia e assegurar que as metas do tratamento sejam
alcançadas e os resultados obtidos (CIPOLLE, 1998).
A Atenção Farmacêutica contribui para o uso
racional de medicamentos, na medida que desenvolve um acompanhamento
sistemático da terapia medicamentosa utilizada pelo indivíduo, buscando avaliar
a necessidade, a segurança e a efetividade no processo de utilização de
medicamentos (FAUS; MARTINEZ, 1999).
A Atenção Farmacêutica beneficia, ainda, os
outros profissionais de saúde, ao melhorar o seu acesso a informação sobre
medicamentos e ao auxiliar na detecção de PRM em seus pacientes e na detecção
de pacientes sem diagnósticos e/ou tratamento (PAULOS, 2002).
Fica, então, para os farmacêuticos, o desafio de “fazer o
ideal virar realidade” e deixar de ser “entregador” de medicamentos, passando a
desempenhar o papel de “dispensador de atenção sanitária” (LÓPEZ, 1997; ZELMER, 2001; NASCIMENTO, 2004;
STRAND, 2005).
Os profissionais da Atenção Farmacêutica usam
uma abordagem centrada no paciente, ou seja há uma direção do acompanhamento
que atende as necessidades e os desejos do paciente, e não as preferências do
profissional, assim o paciente participa ativamente do seu processo de cuidado.
Essa relação corresponde a uma troca mutuamente benéfica, na qual o paciente
confere autoridade ao farmacêutico e este, por sua vez, oferece ao paciente
conhecimento e comprometimento com a melhoria da sua qualidade de vida (STRAND
et al., 1991; CIPOLLE et al., 1998; PERETTA, 2000; DÁDER, 2001; STORPIRTIS et
al., 2001; OPAS, 2002a; OLIVEIRA, 2003; REIS, 2003; CIPOLLE et al., 2004;
STRAND, 2005; PRINCIPLES...)
Durante o acompanhamento, o profissional da
Atenção Farmacêutica aplica seu conhecimento e suas habilidades para avaliar o
paciente, utilizando o processo racional de tomada de decisões. Esse processo é
lógico, racional e ordenado para acessar as necessidades e identificar os
problemas farmacoterapêuticos do paciente. O profissional trabalha para
garantir que todas as necessidades relacionadas a medicamentos sejam atendidas
e todos os PRM prevenidos, identificados e resolvidos. Seu objetivo é garantir
que a terapia medicamentosa seja indicada, efetiva, segura e conveniente para cada
paciente acompanhado (ASHP, 1993; ASHP, 1996; PERETTA, 2000; OPAS, 2002a;
OLIVEIRA, 2003; REIS, 2003; CIPOLLE et al., 2004; STRAND, 2005; PRINCIPLES...).
CONCLUSÃO
A profissão de
farmacêutico se aproximou de modo sensível, como alguns puderam afirmar
cruamente, da profissão de comerciante. Instalemo-nos em uma grande farmácia da
zona urbana e veremos o que ocorre. Veremos os clientes desfilarem quase sem
interrupção. A maior parte apresentou uma receita para a pessoa de bata branca
que está atrás do balcão, a qual se limita a ir buscar os produtos prescritos
no armário, repete a posologia indicada pelo médico, embrulha as embalagens em
um saco de papel e as fatura. Poucas palavras são trocadas. Às vezes, alguém,
em geral da categoria social abastada, se apresenta sem receita. Mesmo nestes
casos, a troca de palavras revela-se quase sempre sumária; pede-se um medicamento
definido ou simplesmente a sua finalidade: “gostaria de um produto para a
tosse”. Na maior parte do tempo, o papel do farmacêutico é, pois, o de um
simples distribuidor.
Diante disso, Leanne
(1998), uma vez definido como uma filosofia que tem por objetivo, pretensioso,
porém não impossível, transformar o medicamento em uma ferramenta para
restaurar e preservar a saúde individual ou coletiva, a Atenção Farmacêutica
exige um novo perfil dos profissionais e aponta para a necessidade de uma
assistência mais efetiva ao paciente.
Leanne (1998),
afirma que a maioria dos problemas verificados com o uso de medicamentos não é
a ele inerente, mas à forma que são prescritos, dispensados e usados,
justificando a necessidade de reorientação da profissão farmacêutica, com uma
importante mudança de paradigma, deixando o profissional de ser um fornecedor
de medicamentos e passando a ser fornecedor de serviços, dentre esses Atenção Farmacêutica
(NIMMO, 1999).
ACURCIO, F. A.
Política de medicamentos e assistência farmacêutica no sistema único de saúde. Medicamentos
e Assistência Farmacêutica.Belo Horizonte:COOPMED, 2003. p. 31-60
BENET, L. Z.
Princípios utilizados na redação da receita médica e instruções a serem
seguidas pelo paciente. Apêndice I. In: HARDMAN, J. G.; LIMBIRD, L. E. (Ed.) Goodman & Gilman as bases farmacológicas da
terapêutica. 9. ed. Rio de Janeiro: McGraw-Hill, 1996. p. 1265.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Pequeno dicionário brasileiro da língua portuguesa.
1 l.ed. Rio de Janeiro: Gamma, 1982.
Disponível em: http://www.essex.ensino.eb.br/doc.pdf;
acessado em 09/04/2013 às 22:43
FALANDO NO ASSUNTO
Video institucional do Conselho Regional de Farmácia do Estado do Paraná - 9 Motivos para você procurar um Farmacêutico. Acesse o vídeo original na página do CRF-PR no YouTube clicando Aqui
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