Trabalho apresentado na disciplina de Homeopatia. Você sabe o que é Aromaterapia? Leia e fique por dentro!
Na década de 20, Gatti e Cayola, médicos italianos,
demonstraram os benefícios psicoterapêuticos dos óleos, e foi em 1937 que o
termo aromaterapia foi utilizado pela primeira vez: Renée Maurice Gatefossé,
conduzindo experimentos no uso cosmético dos óleos, sofreu um acidente queimando
a mão no laboratório, colocando-a logo em seguida num frasco de óleo de
lavanda; a cura se deu rapidamente, o que despertou o interesse no estudo
terapêutico dos óleos essenciais (TRISKA, 2003).
O termo "aromaterapia"
teria sido criado por um químico francês, Maurice René de Gattefossé em 1937,
que após ter queimado as mãos em um acidente em seu laboratório, mergulho-as,
acidentalmente, em um tanque contendo óleo essencial de lavanda, pensando que
fosse água. Para sua surpresa a dor passou e ocorreu rápida cicatrização do
ferimento sem infecção. A partir deste evento passou a pesquisar as atividades
terapêuticas dos óleos essenciais, que eram usados com finalidade cosmética e
como odorizante (HUDSON, 1999)
Nas duas guerras mundiais os óleos
essenciais foram muito utilizados para o tratamento de ferimentos. A França
tornou-se pioneira nestes trabalhos, evoluindo para a prescrição individual de
óleos essenciais, adequada às particularidades do usuário. Margaret Maury
(1895-1968), farmacêutica, criou um método de aplicação dos óleos pela
massagem, selecionando-os de acordo com as características físicas, mentais e
emocionais de seus clientes. Atualmente, há faculdades de medicina que possuem
a matéria "aromaterapia" como opcional (HUDSON, 1999).
Na década de 70, segundo TRISKA
(2003) estudos realizados contribuíram para reafirmar os benefícios
psicoterapêuticos dos óleos aromáticos, contribuindo para divulgar esta prática
para o resto da Europa.
O uso de óleos essenciais tem duas
grandes áreas de atuação: a fisiológica, uma vez que as substâncias
constituintes são absorvidas pelo organismo principalmente por via oral,
cutânea, respiratória e injetável (aplicada somente por profissionais de saúde
graduados) e a psicológica, onde os óleos atuam sobre o estado emocional e
mental trazendo equilíbrio.
Em termos de ação farmacológica,
segundo TRISKA (2003), os óleos essenciais podem atuar no organismo de inúmeras
formas, tais como: estimulantes (do sistema nervoso, da musculatura lisa),
calmantes, analgésicos, mucolíticos, expectorantes, imunoestimulantes,
cicatrizantes, rubefacientes, hormonais, anti-sépticos, bactericidas,
virucidas, fungicidas, anti-helmínticos, etc. A aromaterapia clínica aborda
esses efeitos, visando restabelecer o reequilíbrio orgânico. E essa abordagem
fitoterápica dos óleos essenciais também é vista como complementar em relação à
medicina ortodoxa. Inúmeras pesquisas têm sido conduzidas, confirmando esses
efeitos no organismo, porém ao se considerar as possíveis conexões dos óleos
essenciais em relação aos pensamentos, sentimentos, status imunológico, pode-se
constatar uma habilidade que confere o caráter holístico desta terapia, atuando
de forma integrada no físico, mental e emocional, e promovendo saúde.
2 – OBJETIVOS
Tratar,
exemplificar e contextualizar sobre a Aromaterapia, levantar seu histórico e
emprego nos dias atuais
3
– DESENVOLVIMENTO
3.1 –
Histórico
O uso de plantas aromáticas (inteiras ou suas partes como
folhas, cascas, sementes e seus produtos extrativos como as resinas), é tão
antigo quanto a história da humanidade, sendo empregadas na medicina, na
cosmética e em cerimônias religiosas. Os relatos mais antigos são encontrados
nos livros em sânscrito dos Ayurvedas (há mais de 2.000 A.C.), onde há descrições
de técnicas rudimentares que os hindus utilizavam para a obtenção de produtos
destilados, provavelmente álcoois aromáticos de espécies de capins do gênero
Cymbopogon (capim limão e citronela) e mirra entre as mais de 700 substâncias
aromáticas citadas.
O Egito parece ser o berço da arte de obtenção de óleos
essenciais através da destilação, apesar de existirem poucas referências atuais
disso. Segundo TRISKA (2003), os egípcios fizeram o uso extenso da rosa, do
jasmim, do olíbano e da mirra, dentre tantos outros óleos, nos processamentos
de mumificação, na perfumaria, nos medicamentos, nos cosméticos, nas massagens,
etc. a descoberta de múmias bem preservadas há 5000 anos após sua preparação é
um tributo à arte do embalsamento. Houve uma preocupação em se registrar e
sistematizar o uso destas plantas, presentes em papiros datados de 1555 a.C., e
seus métodos de aplicação são similares aos usados hoje na aromaterapia. As
fórmulas de muitos decoctos medicinais e psicoativos foram esculpidas em templos-laboratórios,
por sacerdotes-curadores, permitindo um acesso parcial a algumas potentes
misturas aromáticas. Era utilizado um método de extração conhecido como
infusão, para extração dos óleos a partir das plantas aromáticas; e o incenso,
derivado do olíbano, era queimado ao nascer do sol, como oferenda ao deus Ra, e
a mirra era oferecida à lua. Estes conhecimentos espalharam-se para os antigos
gregos e destes para os romanos através da divulgação feita por Heródoto,
filósofo e historiador (485-432 a.C.). O médico grego Hipócrates, considerado o
pai da medicina, usou os óleos essenciais e aromaterapia extensivamente em seus
métodos de cura, exaltando as virtudes de “um banho aromático diário e uma
massagem aromaterápica para prolongar a vida”
O uso de plantas e óleos aromáticos na terapêutica pelos
chineses é muito antigo, há relatos em obras de 2700 a.C. O livro de medicina
interna do antigo Imperador Amarelo da China, fala sobre o uso de plantas
aromáticas como o gengibre, muitas destas empregadas também em cerimônias
religiosas.
No século XII, durante o período das Cruzadas, o
conhecimento sobre plantas aromáticas, especiarias e perfumes espalhou-se do
Oriente Médio para a Europa. A técnica de obtenção, desenvolvida pelos
alquimistas árabes através do uso da "serpentina" para refrigeração
dos produtos destilados também foi difundida. Entretanto, estes produtos não
eram os óleos essenciais propriamente ditos e sim soluções aquosas e alcoólicas
destes. Com a difusão do conhecimento, a medicina de Hipócrates difundiu-se e
muitas obras médicas foram traduzidas e jardins medicinais passaram a ser
cultivados nos mosteiros, onde monges e freiras preparavam remédios a partir
destas.
Foi somente durante os séculos XVI e XVII que os óleos
essenciais receberam suas primeiras aplicações e sua introdução no comércio. A
partir disso a aromaterapia cresceu rapidamente ao redor do mundo. No século
XVIII, vinagres aromáticos e águas perfumadas tornaram-se populares,
especialmente a Água de Colônia utilizada por Napoleão, que a considerava um
elixir da vida (AROMALÂNDIA, 2002).
A partir do século XVIII as drogas sintéticas emergiam dos
laboratórios e o uso das plantas, de forma geral, foi negligenciado, diante da
possibilidade de se sintetizar compostos e criar novos medicamentos. Na
tentativa de se retirar as “impurezas” das plantas e isolar os princípios
ativos, os cientistas se vêm diante do problema dos efeitos colaterais que
apareciam, desconsiderando o efeito protetor dos elementos-traço. Durante o
século XIX o químico Chamberland, em 1887 publicou resultados sobre as
propriedades anti-sépticas de vários óleos essenciais (TRISKA, 2003).
Com o desenvolvimento da indústria química, os óleos
sintéticos começaram a ser produzidos em larga escala, tornando-se mais
acessíveis economicamente. Se por um lado o uso de óleos essenciais na
terapêutica passa a ser mais divulgado (através do marketing das indústrias
químicas), por outro ocorre um prejuízo, pois produtos sintéticos não podem ser
comparados a produtos naturais em seus efeitos terapêuticos.
3.2 A
Terapia Com Óleos Essenciais
Na década de 20, Gatti e Cayola, médicos italianos,
demonstraram os benefícios psicoterapêuticos dos óleos, e foi em 1937 que o
termo aromaterapia foi utilizado pela primeira vez: Renée Maurice Gatefossé,
conduzindo experimentos no uso cosmético dos óleos, sofreu um acidente
queimando a mão no laboratório, colocando-a logo em seguida num frasco de óleo
de lavanda; a cura se deu rapidamente, o que redespertou o interesse no estudo
terapêutico dos óleos essenciais (TRISKA, 2003).
O termo "aromaterapia" teria sido criado por um
químico francês, Maurice René de Gattefossé em 1937, que após ter queimado as
mãos em um acidente em seu laboratório, mergulho-as, acidentalmente, em um
tanque contendo óleo essencial de lavanda, pensando que fosse água. Para sua
surpresa a dor passou e ocorreu rápida cicatrização do ferimento sem infecção.
A partir deste evento passou a pesquisar as atividades terapêuticas dos óleos
essenciais, que eram usados com finalidade cosmética e como odorizante (HUDSON,
1999)
Nas duas guerras mundiais os óleos essenciais foram muito
utilizados para o tratamento de ferimentos. A França tornou-se pioneira nestes
trabalhos, evoluindo para a prescrição individual de óleos essenciais, adequada
às particularidades do usuário. Margaret Maury (1895-1968), farmacêutica, criou
um método de aplicação dos óleos pela massagem, selecionando-os de acordo com
as características físicas, mentais e emocionais de seus clientes. Atualmente,
há faculdades de medicina que possuem a matéria "aromaterapia" como
opcional (HUDSON, 1999).
Na década de 70, segundo TRISKA (2003) estudos realizados
contribuíram para reafirmar os benefícios psicoterapêuticos dos óleos
aromáticos, contribuindo para divulgar esta prática para o resto da Europa. O
uso de óleos essenciais tem duas grandes áreas de atuação: a fisiológica, uma
vez que as substâncias constituintes são absorvidas pelo organismo
principalmente por via oral, cutânea, respiratória e injetável (aplicada somente
por profissionais de saúde graduados) e a psicológica, onde os óleos atuam
sobre o estado emocional e mental trazendo equilíbrio.
Em termos de ação farmacológica, segundo TRISKA (2003), os
óleos essenciais podem atuar no organismo de inúmeras formas, tais como:
estimulantes (do sistema nervoso, da musculatura lisa), calmantes, analgésicos,
mucolíticos, expectorantes, imunoestimulantes, cicatrizantes, rubefacientes,
hormonais, anti-sépticos, bactericidas, virucidas, fungicidas,
anti-helmínticos, etc. A aromaterapia clínica aborda esses efeitos, visando
restabelecer o reequilíbrio orgânico. E essa abordagem fitoterápica dos óleos
essenciais também é vista como complementar em relação à medicina ortodoxa.
Inúmeras pesquisas têm sido conduzidas, confirmando esses efeitos no organismo,
porém ao se considerar as possíveis conexões dos óleos essenciais em relação
aos pensamentos, sentimentos, status imunológico, pode-se constatar uma
habilidade que confere o caráter holístico desta terapia, atuando de forma integrada
no físico, mental e emocional, e promovendo saúde.
3.3 -
Os óleos essenciais
3.3.1
Características básicas
Óleo essencial é um termo que designa substâncias
aromáticas, geralmente de odor agradável e intenso, na maioria em forma
líquida, encontradas em diferentes órgãos vegetais, solúveis em solventes
polares, por exemplo, óleos fixos e com solubilidade limitada em água, por isso
as águas aromáticas (hidrolatos) apresentam o aroma da essência (SIMÕES &
SPITZER,1999).
Evaporaram rapidamente, quando expostos ao ar à temperatura
ambiente, por isso também são chamados de óleos voláteis ou etéreos. Apresentam
sabor ácido e picante; quando extraídos recentemente são incolores ou
ligeiramente amarelados (poucos apresentam coloração como o óleo essencial de
camomila que é azul, devido ao alto teor de azulenos); não são muito estáveis,
alterando-se principalmente na presença de ar, luz, calor umidade e metais.
Frequentemente o aroma se modifica pela ação do ar e da luz, tornando-se menos
agradável: nesta circunstância a cor também se torna mais escura, a fluidez
diminui, adquire reação ácida e por vezes, chega a resinificar-se, alterando-se
profundamente (FARM BRAS. II)
O óleo de copaíba e a essência de terebentina sofrem
resinificação com o passar do tempo. Sua composição é complexa e seus
constituintes variam desde hidrocarbonetos terpênicos, álcoois simples e
terpênicos, aldeídos, cetonas, fenóis, ésteres, óxidos, peróxidos, furanos,
ácidos orgânicos, cumarinas e até compostos com enxofre (SIMÕES & SPITZER,1999).
Pesquisas demonstraram que o óleo essencial (constituído
por um conjunto de substâncias), pode conter de dez a duzentos componentes e
outros micro elementos difíceis de serem analisados, mas tão importantes quanto
aqueles encontrados em maior quantidade, assim, não existe uma forma de
produzir sinteticamente, com perfeição, este produto natural na sua totalidade.
Segundo ALEXANDER (2000), para que uma substancia seja de
natureza odorífera são três elementos básicos:
- Volatilidade – isto implica em facilmente se evaporar a
temperatura e pressão atmosférica normais, de maneira que a substancia possa
ser carreada pelo ar, dentro das narinas.
- Hidrossolubilidade – isto porque as moléculas precisam
passar através do muco que reveste a superfície interior da cavidade nasal e
alcança as células olfatórias.
- Lipossolubilidade - pelo fato das células olfatórias
serem compostas primariamente de lipídeos e a superfície da membrana celular
olfatória conter também lipídeos. Entretanto é necessária uma quantidade
específica de substância para que o odor seja perceptível. A sensibilidade
olfatória humana é considerada microsmática (de pouca sensibilidade), se
comparada a outros animais, e ainda menor que o paladar. Há pessoas
consideradas macrosmáticas (altamente sensíveis) se comparadas a outras.
Esses conceitos são relacionados à anosmia, ou ausência de
sensibilidade a odores. Ainda assim, segundo LAVABRE (2001), o ser humano é
capaz detectar até uma parte apenas de um material fragrante em dez trilhões de
partes ou mais. Um nariz treinado pode diferenciar centenas de odores
diferentes, entretanto, não temos vocabulário suficiente para nomeá-los, uma
vez que os nervos olfativos terminam em uma região do cérebro que não utiliza a
mesma lógica dos nossos centros do intelecto, uma vez que os odores mesmo sendo
uma forma de comunicação, não podem constituir uma linguagem, pois funcionam
por associações e imagens (“isto tem cheiro de rosa”) e não são analíticos.
O óleo essencial apresenta uma atividade terapêutica melhor
do que a principal substância isolada de sua composição, por exemplo: o óleo
essencial de Eucaliptus globulus tem atividade anti-séptica maior do que o seu
principal constituinte ativo isolado, o cineol ou eucaliptol (representando 80%
da composição). Um óleo essencial apresenta uma composição complexa, algumas
vezes, com centenas de diferentes compostos químicos, onde eles apresentam ação
sinérgica ou complementar entre si, modalizando sua atividade.
A composição química do óleo essencial depende de múltiplos
fatores como quantidade de luz, tipo de solo, altitude, umidade, temperatura e
época de coleta, por isso, segundo LAVABRE (2001), é impossível obter duas
vezes, exatamente, o mesmo óleo. Por isso, microorganismos patogênicos não impõem
resistência aos óleos essenciais, durante o tratamento, e se ocorre isto se dá
num nível muito menor do que a oferecida aos antibióticos.
Segundo SIMÕES & SPITZER (2001), além dos óleos
voláteis obtidos de plantas, há no mercado produtos sintéticos. Esses óleos
sintéticos podem ser imitações dos naturais ou composições de fantasia. Para a
utilização farmacêutica, somente os naturais são permitidos pelas farmacopéias,
porém, há exceções, aqueles óleos que contêm somente uma substância, como o
óleo volátil de baunilha (que contêm vanilina), nestes casos, algumas
farmacopéias permitem também os equivalentes sintéticos.
TRISKA (2003), afirma que questão do uso de óleos
sintéticos ou orgânicos tem levantado polêmica entre cientistas da área e
aromaterapeutas. Sabe-se que os sintéticos não proporcionam os mesmos efeitos
dos óleos orgânicos, podendo até mesmo causar alergias e outros sintomas
colaterais sérios. O conceito de que a chamada “energia vital” contida nos
óleos naturais permite uma interação própria e somente ocorrente em sistemas
orgânicos vivos, vai contra a concepção dos fitoquímicos e outros estudiosos,
que não vêem sustentação para essa teoria.
3.3.2
Localização dos óleos essenciais nos vegetais, ecologia e cosmologia
Os óleos essenciais existem quase que exclusivamente, nos
vegetais superiores. Os gêneros capazes de produzir óleos essenciais estão
distribuídos entre cinquenta famílias, onde as Lamiaceas, Asteraceas, Rutaceas,
Lauraceas e Magnoliaceas são as principais. Os óleos essenciais são estocados
em todos os órgãos nos vegetais: flores (begamota, rosas), folhas (citronela,
eucalipto), casca (canela), raízes (vetiver), rizomas (curcuma, gengibre),
frutos (anis) sementes (noz moscada) (BRUNETON, 1993).
Todos os órgãos de uma planta da mesma espécie podem ter
óleo essencial, o que diferencia é a composição química de acordo com sua
localização. Assim as cascas do fruto da laranja (C. auranthium L. ssp
aurantium, Rutacea) produz o óleo de laranja amarga conhecido como essência de
Curaçao, a flor produz a essência de Nelori, e existe ainda a hidrodestilação
das folhas, ramos e pequenos frutos.
A síntese e acumulação de óleos essenciais são geralmente
associadas a presença de estruturas histológicas especializadas, localizadas
próximos a superfície do vegetal. De acordo com LÁSLÓ (2001). Entre as células
secretores e produtoras de óleos essenciais temos os pelos que elaboram os
óleos essenciais em algumas plantas com a função de protegê-las do calor ou
afastar insetos (alecrim, gerânio), também encontramos bolsas secretoras
(eucalipto) e estruturas resultantes da dissolução das membranas celulares,
resultando na fusão das células secretoras (frutos cítricos).
A função biológica dos óleos essenciais ainda não está
complemente elucidada. Eles agem como hormônios, reguladores e catalizadores,
proporcionando a adaptação da espécie ao meio, protegendo-a contra predadores,
inibindo a germinação de outras espécies vegetais no entorno, exercendo uma
função termo-reguladora, atraindo insetos polinizadores. Desta forma, quando a
planta é submetida a condições de estresse ela aumenta a produção de óleo
essencial (BRUNETON, 1993; LÁSLÓ, 2001).
Segundo LAVABRE (2001), os óleos essenciais, na visão
antroposófica, seriam a manifestações das forças cósmicas do fogo e seriam produzidos
pelo “eu” cósmico da planta, matéria dissolvendo-se em calor, uma vez que na
evolução da planta, ocorre a transformação do germe em raízes (esfera física),
folhas (esfera vital) até a exuberância da flor (esfera astral), em direção a
espiritualidade por isso além de sua atividade farmacológica, também teriam
ação em doenças do corpo astral.
Entretanto, os óleos essenciais podem estar estocados
também em certos órgãos, tais como folhas, cascas dos caules, raízes, rizomas,
frutos ou sementes. Todos os órgãos de uma planta podem acumular óleos
voláteis, porém, sua composição pode variar segundo a sua localização. Os óleos
voláteis obtidos de diferentes órgãos de uma mesma planta podem apresentar
composição química, caracteres físico-químicos e odores bem distintos (SIMÕES
& SPITZER, 2001).
LAVABRE (2001) afirma que os óleos essenciais produzidos:
- Nas raízes
(angélica e vetiver) tendem a ter uma energia fundamental e características
próprias de alimentos, sendo estimulantes das funções vitais (especialmente da
digestão);
- Pelas folhas (eucalipto, hortelã pimenta) conservam uma
forte afinidade com a energia prana, isto é, sistema respiratório, tonificando
o sistema vital.
- Pela flor, que é a última conquista da planta (que depois
se transforma em fruto e semente numa involução voltando ao mundo físico) tem
em sua fragrância odor intenso e um sinal de intensa atividade astral (como a
rosa). As plantas com criatividade floral mais intensa raramente produzem
frutos ou sementes em quantidades significativas. Os óleos essenciais de flores
tendem a ser revitalizantes (jasmim) ou até intoxicantes (narciso), costumam
ser refinados, sutis e difíceis de extrair (rosa e neróli), sendo extremamente
sensíveis a temperatura (jasmim, angélica, narciso).
- Pelas sementes nos levam ao mundo físico, sendo menos
sofisticados, mais humildes e diretos (frutas cítricas, erva-doce, funcho,
coentro). São revigorantes e fortificantes e tem afinidade com o sistema
digestório.
- Pela madeira de árvores e arbustos (sândalo, cedro)
auxiliam o equilíbrio e concentração, pois o processo criativo está no cerne da
madeira, abrindo a consciência para esferas mais altas sem deixar que percamos
o controle, por isso são indicados em rituais religiosos e meditação;
- Através de resinas ou gomas perfumadas, nesses casos os
óleos essenciais têm forte afinidade com o sistema glandular, pois além de
controlar as secreções, apresenta propriedades cosméticas e cicatrizantes
3.3.3
Absorção, vias de administração e formas de uso dos óleos essenciais.
A absorção descreve a velocidade na qual o óleo essencial
deixa o local de administração e a magnitude com que isso ocorre. (GODMAN &
GILMAN, 1991). Os óleos essenciais por terem característica lipofílica
apresentam uma melhor absorção no trato gastrointestinal, que ainda assim
dependerá da concentração, do fluxo sanguíneo no local da absorção e da
integridade da superfície que absorve. O estômago é revestido por uma mucosa
com pequena superfície e elevada resistência, já o intestino tem superfície
grande, a mucosa é delgada, com resistência baixa, pressupondo que os óleos
essenciais sejam mais facilmente absorvidos aí.
A absorção pulmonar é quase instantânea para o sangue, a
ausência de perda hepática (na primeira passagem que ocorre na absorção
gastrointestinal) é uma vantagem, além do que no caso de doenças pulmonares a
aplicação local no ponto de ação é vantajosa. A desvantagem é que não se pode
controlar a dosagem do que inalado. (GODMAN & GILMAN, 1991).
Na pele integra, poucas substâncias penetram, e a absorção
é proporcional a superfície aplicada e a lipossolubilidade, portanto isso
favorece a absorção dos óleos essenciais. Quando há a abrasão, no caso de uma
massagem, o óleo essencial penetra mais facilmente, pois há aumento do fluxo
sanguíneo. Em uma pele íntegra, os óleos são absorvidos a através dos ductos
das glândulas sebáceas e folículos pilosos, e através das células que compõe a
camada superficial da pele. O teor de absorção de um óleo essencial varia entre
4 a 25%, entretanto quando é misturada a outro veículo, a absorção poderá ser
modificada, aumentando ou diminuindo dependendo do poder de penetração do
veículo.
Na aromaterapia, as vias de administração mais comumente
utilizadas são a cutânea e a respiratória, mas a escolha de outras vias tais
como a oral, parenteral, retal, vaginal, sublingual deve ser orientada por
profissionais habilitados como médicos, farmacêuticos, odontólogos e
enfermeiros e depende da indicação clínica ou da forma farmacêutica em que está
incorporado o óleo essencial ou das condições do paciente, havendo, portanto,
uma via de administração mais adequada para cada caso. A indicação por via oral
deve ser muito cuidadosa, pois os óleos essenciais contêm substâncias muito
ativas em baixas dosagens e alguns são tóxicos como o de erva de Santa Maria
(Chenopodium ambrosioides L.), que possui ascaridol e apenas gotas podem levar
a morte ou causar convulsões.
LÁZLÓ (2005), afirma que de acordo com o objetivo e
necessidade de maior rapidez do efeito, o uso oral pode garantir resultados
muito mais rápidos como é o caso do tratamento de infecções e de problemas do
sistema digestivo. A massagem é uma via eficaz para o tratamento de inflamações
musculares, dores articulares e pode ser útil também em problemas de órgãos
internos, a partir da absorção de óleos essenciais pela pele. De todas as
formas de absorção, a que oferece menos risco de intoxicação é a inalação.
O mesmo autor afirma ainda, que estudos demonstraram ocorre
o aparecimento dos componentes do óleo essencial, no sangue, após 20 minutos de
aplicação na pele, através da massagem e após 90 minutos os níveis sanguíneos
caíram a zero. Também componentes de óleos essenciais absorvidos pela pele,
apareciam na respiração em intervalos que dependiam do tipo de óleo (por
exemplo: terebentina, cineol e alfa-pineno levaram 20 minutos; eugenol, anetol
linalol levaram de 20 a 40 minutos; hortelã pimenta, citral e geraniol levaram
de 100 a 200 minutos).
Os efeitos dos óleos essenciais no cérebro podem ser
explicados através de duas teorias, que não são excludentes entre si:
1ª) As moléculas estabelecem uma alteração provocando
reações neuroquímicas nos nervos olfatórios, propiciando mensagens a serem
enviadas à área límbica, local tido como responsável pela memória e a emoção;
2ª) A influência ocorre a partir da absorção na corrente
sangüínea via membrana olfatória.
A percepção dos óleos essenciais é mais difundida através
do olfato. É ele que conecta mais diretamente ao centro emocional do cérebro,
atuando fisiológica e psicologicamente. A massagem com óleos essenciais é uma
das formas de uso mais utilizada, pois além da ação farmacológica das
substâncias que o óleo contém, o toque estabelece uma forma de comunicação não
verbal trazendo empatia e compreensão pelo usuário (DE LA CRUZ, 2003).
A via de inalação tem sido satisfatória no restabelecimento
de um estado saudável, quando ocorre o desequilíbrio emocional, porém o ideal é
a combinação de vários métodos de aplicação, feitos durante um período mínimo
de 4 a 6 semanas, devendo observar se ocorrem efeitos colaterais ou reações
adversas ao usos do óleo essencial.
TRISKA (2003) afirma que nos ambientes de trabalho, o uso
de óleos através de inalação, por um período de 5 a 10 minutos, durante o
intervalo da jornada de trabalho, num ambiente de tranqüilidade, já é o
suficiente para reverter processos de ansiedade e estresse causados por alguma
situação decorrente da atividade do indivíduo. Fica claro que o estado de
espírito e circunstâncias varia conforme o dia, o que pode determinar o uso de
óleos diferentes, além da necessidade de continuar alguma aplicação em casa. A
quantidade utilizada será apenas o suficiente para ser percebida, de forma
discreta, sem excessos que possibilitem reações.
Os óleos essenciais também podem ser utilizados
externamente através de compressas quentes ou frias (coloca-se 6 gotas em 1
litro de água na temperatura desejada) utilizando toalhas molhadas e
colocando-as no local por 10 a 20 minutos e em banhos de imersão (a quantidade
de óleo depende do tamanho da banheira – 1 gota cada 10 litros). Em inalações,
são utilizados quando o local de ação são as vias respiratórias. Utiliza-se de
1 a 6 gotas em meio litro de água quente, inalando-se o vapor por 5 a 10 minutos.
Para purificar o ambiente basta diluir 2 gotas em 500 ml de água fria e colocar
em borrifador aspergindo no local ou então utilizar um difusor, que com auxílio
de uma vela, o óleo essencial evapora e o aroma se espalha pelo ambiente.
Por via oral, os óleos podem ser acrescentados em chás e
xaropes, e também ser utilizados na alimentação: em sucos (1 litro de suco de
abacaxi com 1 gota de óleo de hortelã), em pães e bolos (5 a 8 gotas de óleo
essencial de laranja ou limão em uma receita de bolo), como tempero, por
exemplo o alho, além de dar maior sabor aos alimentos, utilizando 2-5 gotas,
também auxilia no combate ao colesterol; o gengibre em sopas e pastas para pães
na dose de 2-4 gotas (DE LA CRUZ, 2003). Para massagem utiliza-se 7 a 10 gotas
de óleo essencial para cada 25 ml de óleo carreador (óleo de amêndoas,
girassol, uva, gérmen de trigo, coco de babaçu, etc.), em cremes utiliza-se 5 a
20 gotas de óleo essencial para cada 50 g de creme base (as dosagens maiores
são indicadas para problemas respiratórios, contusões, dores articulares).
4
– CONCLUSÃO
O
interessante é que como cético cada dia que estudo sobre a Homeopatia e seus
ramos fico intrigado de como a mente (cabeça) comanda tudo. Você pode tomar
vários medicamentos ou drogas convencionais, mas a mente deve ser tratada de
maneira especial. A aromaterapia é uma medicina alternativa que
utiliza o perfume dos óleos essenciais para tratar doenças e proporcionar
bem-estar geral. Suas técnicas e empregos são milenares e seus resultados para
o corpo e alma são enormes. Seu estudo e trabalhos científicos são muito
vastos, simplesmente procurando se acha vários artigos muito interessantes.
5 - REFERÊNCIAS
BIBLIOGRAFIAS
ALEXANDER, m. How aromatherapy
works – syntetic and efficacious pathways os essential oils in human
physiology. Florida: Ewbhole spectrum arts and pub, 200 v. 1
AUTEROCHE,
B. & NAVAILH, P. O Diagnóstico na Medicina Chinesa. São Paulo:
BOTSARIS,
A. Fórmulas Mágicas. Como Utilizar e Combinar Plantas para o Tratamento de Doenças
Simples. 4ª ed. Rio de janeiro: Nova Era, 2006.781 p.Andrei. 1986.420 p.
DE LA
CRUZ, M. G. O Uso de Óleos Essenciais na Terapêutica. In: Maria de Fátma
Barbosa Coelho; Plácido Costa Júnior; Jeferson Luiz Dallabona Dombroski.
(Org.). Diversos Olhares em Etnobiologia, Etnoecologia e Plantas Medicinais. 1
Ed. Cuiabá:
Unicen, 2003, V. , P. 219-234
FARMACOPEIA
BRASILEIRA, 2ª ed. São Paulo: Siqueira, 1959.
MAXWELL-HUDSON,
C. Aromaterapia e Massagem. São Paulo: Vitória Régia,2000.112 p.
TRISKA,
L. N. S. Prazer e Bem estar no Ambiente de Trabalho: A Importância do Olfato na
Ergonomia. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em
Engenharia de Produção. Universidade Federal de Santa Catarina. 2003.
Disponível em: AROMALÂNDIA –
Óleos essenciais. http://aromalandia.isonfire.com,
acessado em 28/09/2013 às 01:57h
Disponível em: http://www.esalq.usp.br/siesalq/pm/oleos_essenciais_na_acupuntura.pdf;
acessado em 28/09/2013 às 02:09h