Nesta aula, começamos a conhecer técnicas de coleta, fixação e coloração do exame de Papanicolaou.
Aula prática ministrada pela PROF. MS. LUCIANA SOUZA CHAVASCO.
1 INTRODUÇÃO
1 INTRODUÇÃO
O exame citológico é uma das grandes ferramentas para auxiliar o médico no diagnóstico, prognóstico e na tomada de decisões frente a casos clínicos. Assim, a citologia clínica oferece inúmeras vantagens, uma vez que as técnicas de obtenção do material são muito simples, de baixo custo e muitas vezes proporciona resposta diagnóstica rápida, porém como toda técnica, nem sempre o parecer é definitivo.
A grande maioria dos exames citológicos deve ser confirmada por exame histopatológico, devido à possibilidade do material colhido ser pouco representativo e também há restrições quanto à avaliação prognóstica, pois tal exame avalia somente as características de células isoladas ou em blocos, ao passo que o exame histopatológico permite avaliar a arquitetura do tecido como um todo, ou seja, a interrelação entre células, demonstrando grau de invasividade e avaliação de margens cirúrgicas, para exemplificar: obtenção de amostra somente do componente inflamatório de uma neoplasia infectada por bactérias.
Uma terapêutica adequada é realizada após a interpretação correta dos exames laboratoriais (colpocitológico e histológico). Para isso, nunca deve-se definir diagnóstico com apenas um método, sendo necessários a realização de três métodos complementares (colposcopia, citologia e histologia). A colposcopia, por exemplo, tem como finalidade direcionar o local mais apropriado para a realização de biópsia e não definir o diagnóstico.
Em uma lâmina histológica o processo de coloração facilita o reconhecimento dos compostos celulares. Como regra os núcleos captam os elementos basófilos dos corantes assumindo uma cor azul ou tom azulado. O citoplasma pode assumir uma cor rosa (eosinofílico) ou azul (cianofílico). Um dos métodos mais utilizados na citologia ginecológica é coloração de Papanicolaou.
O diagnóstico citológico cervico-vaginal é feito através do Bethesda System, que é uma classificação “descritiva” da citologia cervico-vaginal que se propõe a fornecer interpretações de uma amostra citológica em termos diagnósticos não ambíguos. A inovação consiste em considerar como lesões intra epiteliais de baixo grau tanto as alterações celulares devidas ao papilovírus como a displasia leve (NIC I), e em unificar sobre o termo de lesões intra epiteliais de alto grau a displasia moderada (NIC I), a displasia acentuada (NIC I) e o carcinoma in situ (NIC I).
A interpretação é realizada de acordo com a adequação das lâminas, as quais devem apresentar satisfatória ou insatisfatória. Para que seja satisfatória, a amostra deve apresentar identificação apropriada na lâmina, informações clínicas relevantes, número adequado das células epiteliais escamosas bem preservadas e bem visualizadas; um adequado componente endocervical zona de transformação. E quando a amostra apresentar ausência de identificação da paciente e/ou forma de requisição, lâmina quebrada e que não pode ser reparada, componente epitelial insuficiente, presença de sangue, inflamação, fixação deficiente, contaminação e outros componentes que prejudiquem a interpretação de aproximadamente 75% ou mais das células epiteliais, esta será designada como insatisfatória, o que indica que a amostra não é confiável na detecção de anormalidades epiteliais cervicais.
2 OBJETIVOS
Identificar alterações colpocitopatológicas e anatomopatológicas da citologia clínica;
Interpretar um laudo colpocitopatológico e Anatomopatológico; Conhecer técnicas de coleta, fixação e coloração.
3 DESENVOLVIMENTO
3.1 - Corantes utilizados e sua composição química:
Hematoxilina de Harris: Corante básico que reage com os ácidos nucléicos, conferindo ao núcleo uma coloração azulada.
EA 36: Idealizado por Papanicolaou.Verde luz amarelado, corante ácido, com dois radicais sulfônicos, que se fixa, preferencialmente, aos componentes básicos do citoplasma é o corante básico do EA -36.
Orange G: Corante ácido, com dois grupos sulfônicos, muito utilizado em histologia e citologia, que apresenta afinidade por componentes básicos do citoplasma.
Água destilada: Hidratar, lavar a lamina e preparar para receber o corante aquoso.
Álcool etílico (70%,95% e absoluto): Lavar e preparar para receber o corante alcoólicos.
Xilol: Ele é indispensável para realização dos exames. A função deste solvente é tornar os tecidos translúcidos, participando da etapa de seu clareamento.
Bálsamo sintético ou Entellan:
3.2 - Etapas da coloração:
Tirar da embalagem, verificar a identificação com o pedido, Deixar 15 minutos no álcool; Deixar na água corrente 10 segundos; água destilada 10 vezes; Deixar 5 minutos na solução de hematoxilina; Lavar em água (torneira) até a água ficar clara; Água destilada 10vezes e escorrer bem; Lavar 10 vezes no álcool; Deixar 4 minutos na solução de Orange; Mergulhar a cestinha 10 vezes em cada pote de álcool; Deixar 3 minutos na solução de EA36; Mergulhar a cestinha 10 vezes em cada pote de álcool; Mergulhar 10 vezes no Álcool-Xilol; Deixar no Xilol de montagem - Over Night; Montar com entelan e lamínula (25x50).
3.3 - Cuidados na Coloração
_ Retirar o excesso de reagente
_ Estocar os corantes em frasco âmbar
_ Filtrar a Hematoxilina diariamente
_ Substituir as soluções e repor corantes
_ Trocar o Orange quando perder o contraste
_ Trocar H2O e o HCl diariamente
_ Trocar álcoois absolutos (coloridos)
_ Trocar o xilol quando leitoso (hidratado)
O controle de qualidade em citologia depende da formação e da experiência do profissional que estuda o material citológico. Com o uso, os corantes vão perdendo sua capacidade tintorial, sendo necessário um ajuste periódico nos tempos de coloração, o que é feito facilmente por alguém experimentado na arte da interpretação citológica.
A limpeza e a secagem adequada do material a ser utilizado são de fundamental importância para a estabilidade dos reagentes e obtenção de resultados corretos.
A solução de Hematoxilina é aquosa. Os demais corantes são soluções alcoólicas, deve-se tomar os cuidados equivalentes aos do manuseio de álcool em Laboratório.
Referência Bibliográfica
ASSIS, A.P., AMARAL, M.F.,SAMPAIO, M.C., CAIXETA, R.C., SANTOS, S.H. Revista
Eletrônica de Farmácia, v.4. n.2, p.11-14, 2007.
BRENNA, S. M., HARDY, E., ZEFERINO, L.C., NAMURA, I. Conhecimento, atitude e
prática do exame de Papanicolaou em mulheres com câncer de colo uterino. Caderno de
Saúde Pública, v.17, n.4, p.909-917, 2001.
INCA – Instituto Nacional do Câncer. Rio de Janeiro. 2008. Disponível em:
<http://www.inca.gov.br/estimativa/2008> . Acesso em 19 de fevereiro de 2008.
Créditos e Agradecimentos: PROF. MS. LUCIANA SOUZA CHAVASCO.
Mais informações sobre a Prof. Ms. Luciana acesse:
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4258885Z4
Créditos e Agradecimentos: PROF. MS. LUCIANA SOUZA CHAVASCO.
Mais informações sobre a Prof. Ms. Luciana acesse:
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4258885Z4
Na aula fizemos uma raspagem do epitélio bucal, pois este é parecido com o epitélio vaginal e coramos com a mesma técnica - Créditos da Imagem: Rodrigo Oliveira
Olá! Achei muito interessante! Estou cursando o 3º Período de Farmácia e quero logo ver Citologia. Parece ser uma área difícil, mas muito prazerosa! Parabéns pelo blog! Muito boa as fotos! Fale mais de nossa futura profissão!
ResponderExcluirObrigado Maria Zélia! Vou tentar postar sempre e melhorar o máximo que puder o blog! Estou começando a estudar Citologia agora e está sendo muito interessante, tenho uma professora que é fera nesse trabalho! Por mais que goste de Citologia a minha preferência ainda é por Microbiologia, que pra mim é incrível! Aproveite bastante, estude bastante e sempre veja seus professores como exemplos. Eu por exemplo, tenho dois professores que são exemplos de profissionais tanto em Citologia quanto em Microbiologia! Qualquer coisa que precisar estou a disposição! Fique sempre ligada no blog, pois tenho bons artigos e quero coloca-los assim que tiver mais pessoas seguindo o blog para discutirmos! Até!
ResponderExcluirQuando os esfregaços corados pelo metodo de papanicolau mostra boa coloração de citoplasma porem fraca coloração de nucleo o que deve ser feito?
ResponderExcluirBom dia, o problema deve estar no corante nuclear, a Hematoxilina, o ideal é filtrar o corante diariamente para remover os cristais e se não resolver deve trocar o corante!
ExcluirEsse site tem umas dicas legais de corante: http://patologika.com.br/
Tava procurando exatamente essa pergunta!Obrigada.
ExcluirPor nada! Sempre aprendemos juntos! Abraço!
Excluir